Skate Olímpico: Por Que as Mulheres São Mais Jovens que os Homens Nas Competições?

Skate Olímpico: Por Que as Mulheres São Mais Jovens que os Homens Nas Competições?

Ao longo das transmissões do Skate nas Olimpíadas, vimos alguns questionamentos e memes sobre a idade dos skatistas homens x a idade das skatistas mulheres, mas vocês já se perguntaram por que há essa diferença etária entre skate feminino e masculino?

Vamos explicar alguns motivos que podem influenciar direta ou indiretamente esse fato. Isso ocorre por causa da estrutura social em que vivemos. Com o skate se tornando um esporte olímpico, podemos vislumbrar um novo cenário para as próximas gerações de atletas. Mas nem sempre foi assim.

As skatistas da geração passada abriram o caminho para que essa nova geração pudesse prosperar. Elas enfrentaram pouca estrutura, quase nenhum patrocínio e, muitas vezes, falta de apoio até dentro de suas próprias famílias. Era difícil ver mulheres andando, raramente tinha parte em vídeo e foto em revistas, não existia um referencial, uma inspiração. Muitas “fadinhas” acabaram desistindo do sonho de se tornarem skatistas profissionais devido à dura realidade. Em um cenário totalmente dominado pelos homens, era muito difícil encontrar uma ‘luz no fim do túnel’.

Em um passado não tão distante, as meninas enfrentavam assédios nas competições, falta de infraestrutura para continuar praticando o esporte e premiações desiguais. Embora em menor quantidade, ainda hoje, acontecem essas situações dentro do skate feminino. 

A história do skate feminino é marcada por desafios. Nos anos 70, por exemplo, mulheres como Ellen O’Neal começaram a ganhar destaque, mas ainda enfrentavam muitas barreiras. Na década de 90, skatistas como Elissa Steamer ajudaram a abrir portas e mudar percepções. A inclusão do skate nas Olimpíadas de Tóquio 2020 foi um marco importante, onde vimos Rayssa Leal conquistar a medalha de prata para o Brasil. E agora, em 2024, ao conquistar a medalha de bronze, se tornou a mais jovem da história, entre homens e mulheres, a ir ao pódio em duas Olimpíadas diferentes.

É maravilhoso ver que o cenário está mudando no mundo atual, proporcionando oportunidades mais justas e reconhecimento para todas as skatistas. É fascinante ligar a televisão e ter uma competição de skate feminino a nível mundial sendo transmitida para todo o país, ter skatistas femininas como inspiração, ver coletivos que se tornaram mídias exclusivas. Um exemplo claro disso é Pipa Souza, que lançou a revista “Into the Mirror”, a mesma está na 5ª edição e é dedicada ao skate feminino, permitindo maior visibilidade para a cena em um mundo predominantemente masculino. Além disso, ela teve a oportunidade histórica de comentar o skate nas Olimpíadas, um marco emocionante! 

Por isso é tão importante o apoio a marcas femininas, skatistas femininas, veículos de comunicação voltados ao skate feminino, fotógrafas, editoras e todo um leque de mulheres envolvidas com o skate. Conheça o trabalho dessas mulheres! Consumam o trabalho de mídias do skate comandadas por mulheres! Dessa forma, vocês ajudam a chama do skate feminino a continuar acesa por várias e várias gerações, tornando possível que muitas outras referências do skate feminino continuem prosperando e crescendo dentro desse universo que é o skate! 

Por: Nath Izidoro
Revisão: Renata Oliveira
Fotos: Geoff Lowe