Quando a proposta do +Q Rolezin para o concurso Aquecendo a Cena foi elaborada, o objetivo principal era promover um dia de evento voltado especialmente para o encontro entre mulheres e pessoas LGBTQIA+ da região Sul Fluminense que praticam ou têm o desejo de se aproximar do skate. Esse objetivo pôde ser alcançado com o apoio das Divas Skateras e da Baw® e por meio do trabalho coletivo de uma equipe organizada horizontalmente. Isso significou que muitas reuniões de planejamento e tomada de decisões foram realizadas, e cada etapa da produção foi feita de forma compartilhada.
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A pré-produção contou com uma oficina de colagem para confeccionar as artes usadas na divulgação do evento, proposta por integrantes do projeto de estágio “Cidade, Cultura e Coletivos” do curso de psicologia da Universidade Federal Fluminense. No dia 12 de maio, as sete colagens manuais foram produzidas e, posteriormente, transformadas digitalmente em cartazes. No dia 22 de maio, as artes foram coladas como lambe-lambes na cidade, priorizando os principais pontos de movimentação e picos tradicionais de skate em Volta Redonda (RJ). As colagens foram estendidas ao longo da semana para que cada membro pudesse colar nos locais por onde passava.
No início do mês de junho, as tarefas de orçamento e compra de materiais, peças de skate, alimentos e equipamentos de infraestrutura para o +Q Rolezin foram divididas entre a equipe. Além disso, foi necessário organizar a limpeza do local do evento e fechar os convites para artistas do line-up de música e exposições. Todos os convidados contribuíram com a proposta do evento, enriquecendo a programação com pluralidade artística.
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O +Q Rolezin aconteceu no dia 10 de junho de 2023 e foi o primeiro evento de skate em Volta Redonda (RJ) a ter mulheres e pessoas LGBTQIA+ como público-alvo. O evento teve 10 horas de duração e foi realizado na Pista do Tiradentes, onde foram propostas duas oficinas criativas, cinco artistas expuseram seus trabalhos, ocorreram cinco apresentações musicais e foi realizado o Desafio de Skate, exclusivo para mulheres e pessoas trans, que contou com 12 participantes e distribuiu 25 peças como premiação.
O evento começou com as oficinas, convidando todo o público a participar e expressar sua criatividade. A oficina de colagem tinha como proposta desenvolver um painel coletivo para ser colocado em um dos obstáculos da pista de skate e marcar a presença no espaço. Além disso, houve a oficina de personalização de skate, onde várias ferramentas foram utilizadas para adicionar identidade aos skates dos participantes, incluindo stencil, marcadores, jet e recortes na lixa.
Com os skates personalizados, o Desafio de Skate teve início, e nesse momento, aqueles que não estavam participando liberaram a pista. Os participantes tinham idades entre 5 e 33 anos, e no momento da inscrição, cada um apontou a manobra que estava buscando fazer no skate, desde as mais simples até as mais complexas, desafiadoras de acordo com sua própria história no skate. Um júri foi eleito para avaliar atentamente cada participante, levando em consideração o mérito e o esforço para cumprir seu desafio pessoal. Todos os inscritos foram contemplados com uma peça de skate como premiação.
Durante o evento, a área externa da pista foi utilizada para exposições de artistas visuais mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA+, incluindo artistas de colagem, ilustração, pintura em acrílica e pintura menstrual.
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Para encerrar o evento, a pista de skate se transformou em pista de dança, e a festa foi do Punk ao Vogue, passando pelo HipHop. A dança contagiou a todos: a pista foi se transformando a cada artista que se apresentava, começando com a DJ Zadorothy tocando House, seguida pela DJ Bea com HipHop, as meninas do coletivo de rap MASF deixaram sua marca, e a banda de Punk Soda Cáustica fez todo mundo bater cabeça no mosh. Por fim, a DJ G3rmes transformou a pista em um verdadeiro Ballroom, com muito Vogue e performances.
O dia foi lindo, todos puderam se sentir vivos e pertencentes àquele espaço, compartilhando suas expressões e celebrando a existência. As crianças também marcaram presença, correndo, subindo e descendo as rampas e brincando de skate. Foi emocionante ver como aquele lugar se tornou convidativo tanto para pessoas que não têm o costume de frequentar as pistas quanto para aquelas que já frequentam, mas muitas vezes não se sentem em um ambiente seguro.
Após o evento, recebemos muitos relatos positivos de pessoas que subiram em um skate pela primeira vez ou voltaram a andar depois de muito tempo, e as peças recolhidas como doação e as peças da premiação já estão sendo utilizadas. Também recebemos feedbacks positivos dos artistas convidados a participar, que nos agradeceram também pela infraestrutura oferecida. Além disso, o evento teve efeitos na equipe realizadora, composta por pessoas que estavam propondo um evento pela primeira vez. O +Q Rolezin nos ajudou a despertar movimentos de vida, descobrir novas habilidades e aprender mais sobre os desafios do trabalho coletivo. Agradecemos às Divas Skateras e à Baw® por essa oportunidade.
+Q Rolezin em números
- 10 horas de duração
- 9 pessoas do coletivo +Q Skate se envolveram diretamente com a produção do evento (Aninha, Bêa, Eliana, Zadora, Judy, Júlia, Nina, Nuriê, Pamela)
- 12 participantes do Desafio de Skate, com idades entre 5 e 33 anos
- 25 peças totalizando o valor de R$ 1.577 entregues como premiação
- 2 oficinas, uma de colagem e uma de personalização de skate, totalizando 3 horas de atividades criativas coletivas
- 3 peças arrecadadas como doação
- 5 artistas expositores (@epigrafart, @aluaritter, @juvsdias, @sixsexela, @b3caldas)5 apresentações musicais (3 DJs, banda Soda Cáustica, Coletivo MASF – Manas Arteiras do Sul Fluminense)
Fotos: @_cazuza @beatrizareas_