Interadivas | Jacqueline Damasceno

Por Tat Marques
Fotos: Amanda Nogueira, Marcelo Mug, Til Skater.

Qual sua idade, reside em qual cidade e quantos anos de skate?

Me chamo Jacqueline Damasceno, tenho 31 anos e 16 anos de skate. Sou mãe da Rebeca, que tem 8 anos, e moramos em São Paulo. Trabalho há 11 anos em eventos de skate, mas durante a semana trabalho em um banco.

O que te motiva a andar de skate?

O que me mantém motivada no skate é poder ter aqueles momentos só meus, onde me sinto desafiada a continuar fazendo aquilo que sempre amei fazer.

Como você enxerga o mercado de trabalho no mercado do skate?

Não tenho uma visão ampla, mas do pouco que consigo ver, as coisas estão melhorando. Muitos que lutaram para ter um espaço estão finalmente conquistando seu lugar. No entanto, com o crescimento do mercado, também surgem os “parasitas”, pessoas que não têm interesse real no skate e nem andam de skate, estão apenas esperando a oportunidade de lucrar financeiramente com ele.

Quais mudanças (negativas e positivas) você percebeu nos eventos/campeonatos de skate nos últimos anos?

Com a visibilidade que a Rayssa trouxe para o skate feminino, fez valer a pena toda luta feita por skatistas anteriores. Hoje vejo campeonatos mais justos para as meninas, consequentemente temos um aumento no número de skatistas e o aumento no número de mulheres trabalhando em eventos, reduzindo a desigualdade de gênero nos eventos. Em relação a algo negativo, na minha opinião, é essa energia competitiva que prevalece atualmente. Antes, a maioria se divertia, mas hoje, principalmente entre as crianças, muitos choram por não conseguirem a colocação desejada.

Quais são as dificuldades, como mulher e mãe, tanto no esporte como no mercado de trabalho no skate?

Ser mãe definitivamente não é fácil! No esporte, é preciso ter muita determinação para continuar praticando e conciliar com a rotina da criança. No mercado de trabalho, muitas vezes enfrentamos preconceito por não podermos estar disponíveis o tempo todo, já que, na maioria dos casos, somos as principais responsáveis pela criança, o que acaba limitando nossas oportunidades profissionais.