{"id":5596,"date":"2025-03-26T23:52:35","date_gmt":"2025-03-27T03:52:35","guid":{"rendered":"https:\/\/divaskateras.com.br\/?p=5596"},"modified":"2025-03-28T00:52:16","modified_gmt":"2025-03-28T04:52:16","slug":"de-la-para-ca-o-que-realmente-mudou-no-skate-feminino","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/divaskateras.com.br\/blog\/de-la-para-ca-o-que-realmente-mudou-no-skate-feminino\/26\/03\/2025\/","title":{"rendered":"De l\u00e1 para c\u00e1: o que realmente mudou no skate feminino?"},"content":{"rendered":"
Se l\u00e1 atr\u00e1s, nos anos 90, era dif\u00edcil encontrar mulheres andando de skate, hoje essa realidade \u00e9 outra. Essa \u00e9 umas das principais mudan\u00e7as no cen\u00e1rio atual do skate feminino nacional. Mas, vamos contar essa hist\u00f3ria bem do in\u00edcio para que possamos ter uma vis\u00e3o clara e para pensarmos se de fato foram tantas mudan\u00e7as assim ou se isso se restringe apenas a uma parcela m\u00ednima das praticantes.<\/p> A primeira barreira dos anos 80\/90 era achar mulheres andando de skate, n\u00e3o tinha muito em que se inspirar n\u00e3o que n\u00e3o existissem grandes nomes naquele tempo, mas o acesso a m\u00eddias n\u00e3o era t\u00e3o simples e r\u00e1pido como atualmente, paralelo a isso, existia tamb\u00e9m um preconceito e falta de informa\u00e7\u00e3o sobre a cultura do skate. J\u00e1 sabemos que o skate foi marginalizado por v\u00e1rias d\u00e9cadas e obvio que nenhum pai e m\u00e3e gostariam de ver a sua menininha andando por a\u00ed com roupas largas, no meio de um monte de homem e ainda se arriscando fisicamente. <\/p> Vencidos esses primeiros obst\u00e1culos j\u00e1 ali no final dos anos 90, as mulheres come\u00e7aram a correr seus primeiros campeonatos, claro que muitas vezes sem categoria feminina, era todo mundo junto e misturado, premia\u00e7\u00e3o feminina tamb\u00e9m era raridade, sair nas m\u00eddias de skate tamb\u00e9m n\u00e3o era comum. Sem patroc\u00ednio, as meninas pegavam carona para se deslocar at\u00e9 os eventos. A comunica\u00e7\u00e3o era feita atrav\u00e9s de cartas, j\u00e1 que nem todas tinham telefone fixo em casa e custava muito caro fazer liga\u00e7\u00e3o. O real skate de rua, n\u00e3o tinha muitas regalias, acertar a manobra dava um g\u00e1s, mas o que valia mesmo era estar na sess\u00e3o com os amigos, juntando moeda para comprar o lanche coletivo, bebendo \u00e1gua da torneira e rindo muito. Se tornar profissional n\u00e3o era nem de longe um sonho, era algo quase imposs\u00edvel para as skatistas. <\/p> J\u00e1 nos anos 2000, acredito que um grande marco foi o v\u00eddeo da Villa Villa Cola, lembro de assistir esse v\u00eddeo diariamente, quase como uma religi\u00e3o. Tamb\u00e9m surgiram as redes sociais como o MSN e o Orkut e as lan houses foram um grande facilitador para conectar as skatitas de varias regi\u00f5es do pa\u00eds e de fora dele tamb\u00e9m. Em contra partida, ainda era escasso campeonatos femininos, embora nessa \u00e9poca j\u00e1 houvesse a categoria e as premia\u00e7\u00f5es tivessem melhorado um pouco. O skate masculino seguia a plenos pulm\u00f5es, principalmente o Vertical que tinha m\u00eddia garantida na maior emissora do pa\u00eds. Nesse tempo as skateshops eram o pico, v\u00eddeo part e revistas de skate davam palco para os grandes nomes do skate. Comparado ao que era, o skate n\u00e3o poderia estar vivendo a sua melhor fase. Mas nas pistas ainda t\u00ednhamos espa\u00e7o limitado e quase sempre \u00e9ramos coagidas pelos caras, por\u00e9m era mais comum ter meninas andando, j\u00e1 n\u00e3o \u00e9ramos mais sozinhas.<\/p> Atualmente o skate feminino obteve grandes conquistas, quem imaginou que ter\u00edamos vaga no hor\u00e1rio aberto da TV, que os pais incentivariam as suas filhas a serem skatistas, que trariam grandes eventos para o Brasil? O skate ter se tornando modalidade Ol\u00edmpica, trouxe um vislumbre que ao mesmo tempo em que \u00e9 muito bom, traz tamb\u00e9m muita cobran\u00e7a, muita press\u00e3o. Quando h\u00e1 um crescimento acelerado, mas n\u00e3o h\u00e1 uma pol\u00edtica de incentivo para tal coisa, a tend\u00eancia \u00e9 que a gente perca muitos talentos por falta de oportunidade de crescimento. As skateshops precisaram se adaptar ao novo mercado digital, grandes marcas come\u00e7aram a ter linha de produtos para skate, como o poder financeiro acabam fazendo uma produ\u00e7\u00e3o em grande escala, a pequena marca local j\u00e1 n\u00e3o consegue competir de igual para igual com isso, conseq\u00fcentemente cai o n\u00famero de patroc\u00ednios, que j\u00e1 n\u00e3o era t\u00e3o alto. Mesmo tendo tantos eventos, eles ainda s\u00e3o centralizados no Sudeste \/ Sul do pa\u00eds, o deslocamento ainda segue prec\u00e1rio e caro. \u00c9 muito dif\u00edcil furar a bolha, o desgaste f\u00edsico e emocional, fora o financeiro, faz com que a maioria da parcela saia em desvantagem em rala\u00e7\u00e3o a meia d\u00fazia que vive a Era de Ouro do skate feminino e n\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 culpa das skatistas. Mas o que \u00e9 necess\u00e1rio fazer para que a oportunidade seja no m\u00ednimo igual para todas?<\/p> Sim, hoje temos m\u00eddias especializadas em skate masculino, skate feminino, m\u00eddias digitais em sua maioria, as revistas impressas s\u00e3o raridade e skateshops lutam para se manterem ativas. <\/p> O avan\u00e7o tecnol\u00f3gico fez com que o computador estivesse na palma da m\u00e3o, n\u00e3o s\u00f3 ele, mas a c\u00e2mera tamb\u00e9m, qualquer sess\u00e3o j\u00e1 rende um v\u00eddeo pare alimentar a rede social, a esperan\u00e7a e a vontade de chegar l\u00e1, \u00e9 grande, mas as dificuldades ainda est\u00e3o a\u00ed. Elas sempre estar\u00e3o, mas enquanto estivermos aqui e nossa meta \u00e9 que seja poss\u00edvel tornar o sonho real.<\/p> Texto: Renata Oliveira<\/strong><\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Se l\u00e1 atr\u00e1s, nos anos 90, era dif\u00edcil encontrar mulheres andando de skate, hoje essa realidade \u00e9 outra. 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